Na juventude, Victor trabalhou com seu pai no ramo de cutelaria e, às vezes, como pescador. Estudou na Academia Militar de Kentucky. Um de seus colegas de classe era o futuro ator Jim Backus, que dublaria mais tarde o personagem “Mr. Magoo”, no famoso desenho animado dos anos de 1960.
Esperando se tornar um ator, estudou no Playhouse de Pasadena, Califórnia. Conseguiu uma audiência para um teste com a intenção de conseguir um papel no clássico “E O Vento Levou”, em 1939, mas perdeu para seu colega do Playhouse, George Reeves, o futuro Super-Homem da Televisão na década de 1950.
Após alguns papéis pequenos, Mature conseguiu aclamação em seus primeiros papéis principais, sobretudo no público feminino, que o considerava “Um pedaço de Homem” ou “o sorriso mais cativante do mundo”, graças ao seu porte de 1m89 e de seus ombros largos. A crítica jamais o levou a sério como ator (e ele mesmo admitia que não atuava bem), embora tenha se tornado um dos atores mais populares e requisitados por grandes diretores das décadas de 1940 e 1950, devido a sua máscula presença nas telas.
Como muitos outros astros de Hollywood alistaram-se para o Serviço de Guerra, como James Stewart, Alan Ladd e Clark Gable, Victor Mature alistou-se na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, onde serviu em um navio de transporte de tropas. Atravessou o Atlântico norte, incluindo a Normandia, o Mediterrâneo, e o Caribe. Estava em Okinawa quando a Bomba Atômica foi jogada no Japão.
Com o fim da guerra, voltou para Hollywood e trabalhou mais do que nunca. Seus papéis em “Paixão dos Fortes”, de John Ford, em 1946, e “O Beijo da Morte”, de Henry Hathaway, são considerados seus trabalhos mais consagrados. Posteriormente, locomoveu-se para papéis mais exóticos, principalmente em épicos, como “Sansão e Dalila”, de Cecil B. DeMille, em 1949; “O Manto Sagrado”, de Henry Koster, em 1953; “Demétrius e os Gladiadores”, de Delmer Daves, em 1954; e em “O Egípcio”, de Michael Curtiz, em 1954. Até o surgimento de Charlton Heston, Mature foi o astro dominante do cinema “Épico Bíblico” que vigorava em Hollywood. Victor ainda atuou em diversas películas de comédia, criminais, guerra, e faroeste, interpretando aventureiros, coubóis, policiais, soldados, e até índios. Jamais foi um astro de pretensões artísticas, mas continuou se mantendo como um dos maiores campeões de bilheteria da década de 1950.
A partir da década de 1960, Victor diminuiu seu ritmo de atuações no cinema, interessando mais em se dedicar ao golfe e ao ramo imobiliário, onde se destacou como corretor, inclusive abrindo sua própria firma. Em 1966, aceitou fazer uma paródia de si mesmo, interpretando um ator de meia idade ainda metido a galã, na película “O Fino da Vigarice”, dirigido por Vittorio de Sica.
Em sua vida pessoal e afetiva, Victor Mature foi casado 5 vezes: em 1938, casou-se com a atriz Frances Charles, casamento que foi anulado em 1940. No ano seguinte, casou-se com Martha Stephenson Kemp, com quem ficou até 1943, quando se divorciaram. Em 1948, com Dorothy Stanford Berry, de quem se divorciou em 1955. Quatro anos depois, em 1959, contrai núpcias com Adrienne Joy Urwick, com quem fica casado até 1969, quando novamente se divorciou. Em 1974, casa-se com Loretta Sebena, com quem teve sua única filha, Victória (nascida em 1975), e com quem viveu o resto de sua vida. É provável que os três primeiros divórcios tenham sido motivados pelas aventuras amorosas de Victor fora dos Sets de filmagem. Sabe-se que Mature teve rumorosos casos com as atrizes Lana Turner, Susan Hayward, Rita Hayworth e Esther Williams. Williams, famosa estrela dos musicais da Metro, conta em sua autobiografia que detalha explicitamente seu caso amoroso com Victor, durante as filmagens de “A Rainha do Mar”. De acordo com ela, o ator fez amor com Esther, em plena madrugada, numa praia, que servia de locação para o filme em rodagem, enquanto o resto da equipe e do elenco dormiam, e que ele foi um dos homens que mais a satisfez numa relação.
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